História

O Concelho do Porto Moniz, localizado na zona norte da ilha da Madeira, com uma superfície de 8040 hectares e uma população de cerca de 2927 (Censos de 2001) habitantes é constituído por quatro freguesias, a saber: Porto Moniz, Achadas da Cruz, Ribeira da Janela e Seixal.

O Porto Moniz é uma das freguesias mais antigas do norte da ilha, constituíndo a carta régia de 12 de Março de 1574, um dos mais arcaicos diplomas em que a mesma é citada.

Tal como as restantes freguesias do norte da ilha, o Porto Moniz fez inicialmente parte do município de Machico. Mais tarde, com a elevação da freguesia de S. Vicente a concelho, ocorrida por volta do ano de 1744, passou a integrar aquela recém criada jurisdição administrativa.

No ano de 1835, em pleno reinado de D. Maria II – a educadora – a freguesia do Porto Moniz foi elevada à categoria de concelho, tendo a sua instauração efectuado-se a 31 de Outubro desse mesmo ano.

Constituído inicialmente por cinco freguesias, ficou mais tarde, a partir 1871, reduzido às quatro supracitadas freguesias, na sequência da anexação da Ponta do Pargo ao Concelho da Calheta.

Teve como primeiro administrador o capitão Tomás João Perestrelo da Câmara e como primeiro presidente da comissão administrativa da Câmara Municipal, o capitão da marinha Teodoro Moniz de Bettencourt.

No entanto, o Porto Moniz sofreu algumas vicissitudes relativamente à sua existência como concelho, tendo sido, de acordo os registos históricos, suprimido e reinstaurado por três vezes: foi extinguido em 1849 e reinstaurado em 1855. Novamente extinto em 1867, em simultâneo com os concelhos de Câmara de Lobos e Santana, voltou a ser restabelecido de novo em 1871. Extinto pela última vez em 1895 foi reinstaurado definitivamente a 13 de Fevereiro de 1898.

Tal como as vicissitudes antes referidas quanto à existência do Concelho, o seu próprio nome sofreu também alterações ao longo dos tempos: assim, nos primórdios da descoberta foi denominado por lugar da Ponta do Tristão, sendo a parte ribeirinha do povoamento designada por «Janela da Clara» e a zona alta, compreendida entre os sítios dos Lamaceiros e as Achadas da cruz, por Ponta do Tristão.

O seu nome actual, está associado a um dos mais ancestrais povoadores, Francisco Moniz, nobre algarvio, casado com D. Filipa da Câmara, neta de João Gonçalves Zarco, grande impulsionador do povoamento que se instalou em torno da capela de Nossa Senhora da Conceição, pelo mesmo erigida. Segundo os registos históricos conhecidos, Francisco Moniz terá sido um dos primitivos moradores daquela povoação a usufruir de terras em regime de sesmaria, herdadas do seu pai João Lourenço.

O povoamento ali surgido dedicou-se numa primeira fase, à criação de gado, plantação de cereais e extracção de madeiras. Numa segunda fase, por volta do século XVIII, a actividade principal passou a estar mais relacionada com a vitivinicultura, seguindo-se a cultura da batata, que no século XIX constituía a base produtiva e de alimentação.

Nos dias de hoje, o concelho do Porto Moniz tem uma economia muito mais diversificada, onde se destaca, para além das actividades do sector primário, um forte incremento no sector turístico, particularmente na área da restauração e da hotelaria.

Nos últimos tempos tem sido notório o desenvolvimento sentido aos vários níveis a que não é alheio o esforço realizado no domínio das acessibilidades, e de outras infraestruturas em áreas tão importantes como a educação, a cultura, a saúde, a defesa e preservação do ambiente, o saneamento básico, que proporcionaram aos seus habitantes uma melhor qualidade de vida e aos visitantes uma sensação de bem estar.

Em suma, o Porto Moniz é hoje, um paraíso abençoado pela mãe natureza, onde o mar a terra se fundem numa paisagem ímpar e verdadeiramente deslumbrante.